Artigo Cabo muito longo ou deteriorado pode causar perda de conexão na rede local. Mas como saber? Questão colocada pelo leitor Divido a minha conexão DSL (modem Speedtouch UOL e roteador wireless Encore modelo ENHWI-SG) com mais três vizinhos — cidade pequena, banda larga limitada... vocês sabem como é, tem que “compartilhar”. Pois bem, já há alguns dias um dos meus vizinhos não consegue mais navegar. No início conseguia pela parte da manhã mas agora não consegue em horário algum, mesmo estando só ele a utilizar a conexão em determinado momento. Analisando o caso, observei que no status da conexão (ele utiliza Windows 7) a velocidade é de 10 Mbps enquanto nos demais computadores (inclusive no meu) é de 100 Mbps. O comprimento do cabo é de +- 75metros o qual possui na saída, dentro do forro da minha casa, uma emenda de RJ45 a qual sei que está boa, pois já a testei em meu notebook e a internet funcionou normalmente.
O cabo é colocado dentro de um cano de plástico, poderia este cabo estar corrompido ou ter algum fio desencapado, o que estaria causando a diminuição da velocidade? Já troquei todas as ponteiras, que eram no padrão 568B e mudei para 568A, para ficar igual aos demais cabos da rede, e nada de dar certo. Utilizei um testador de cabos, o qual sei que deveria ficar piscando as luzes de 1 ao 8, mas neste cabo a ordem fica alternada. Como não sei bem como utilizar o testador, penso que mesmo as luzes acendendo alternadamente são um indício de que a crimpagem está correta. Nossa resposta Pelo que foi descrito, existe um problema no cabeamento, na conectorização ou na emenda de cabo. O testador de cabos é importante para fazer uma boa avaliação e tirar a dúvida. Para saber como ele funciona, uma vez que o leitor tem dúvidas do funcionamento do aparelho, sugerimos adquirir um cabo pronto (“patch cord”) de boa qualidade e fazer o teste nele. Deverá ser percebido que as luzes são acesas na ordem exata. Ao testar o cabo suspeito, as luzes deverão acender da mesma forma.
O cabo e sua conectorização são os principais suspeitos de estar causando o problema de conectar a rede local a 10 mbps. O que me leva a afirmar isto é o fato da rede estar conectando em 10 mbps no micro do vizinho, indicando falta de padronização na conectorização. Na hora de testar o cabo, começar o teste no primeiro os dois segmento emendados, ou seja, testando o trecho que vai do roteador até o ponto da emenda, e depois testar o trecho da emenda até o ponto de rede do vizinho. Se tudo estiver correto, refazer a emenda e testar de novo, desta vez de ponta a ponta. O resultado deve ser sempre o mesmo, ou seja, as luzes do testador devem ficar acendendo da mesma forma que ocorreu ao testar o patch cord, na mesma seqüêencia.
Mas não acreditamos que a falta de conexão à internet do vizinho seja devido a isto. O mais provável é que, pela distancia de 75 metros, o cabo seja de qualidade baixa ou esteja oxidado internamente, o que diminui o sinal de tal forma que o micro não consegue fazer a conexão à rede. Para saber se é o cabo de baixa qualidade é preciso fazer um teste desligando o cabo nas duas pontas. Depois dê um curto circuito em um dos pares da rede, por exemplo, o laranja/branco-laranja, e medir a resistência elétrica deste par na outra ponta, neste mesmo par. Pode ser preciso retirar os conectores para descascar os conectores e fazer a emenda e a medição.
A resistência medida deve ser baixa, digamos, no máximo de 40 Ohms. Esta resistência é calculada da seguinte forma: a norma ANSI/TIA/EIA-568-A estabelece que um cabo CAT deve ter resistência ôhmica de no máximo 0,188 Ohms/m. Mas este parâmetro vai ser atingido apenas e tão somente com cabos de excelente qualidade. Só para tirar uma conclusão prática, medimos a resistência de diversos tipos de cabos que temos em nosso laboratório, e entre cabos novos e velhos (com mais de 5 anos), todos de boa qualidade, obtivemos valores entre 0,20 a 0,25 Ohms/m. Adotemos portanto um valor pessimista de 0,25 Ohms/m para fazermos os cálculos.
A norma admite um comprimento máximo de 100 metros, mas na prática sabe-se que é possível chegar a até 150 metros com um cabo de boa qualidade. Isto representa uma resistência ôhmica de 150 x 0,25 = 37 Ohms, que acreditamos pela prática ser mesmo a resistência máxima que se deve admitir no cabo.
Como no caso do leitor o comprimento do cabo é de 75m temos portanto que a resistência de ponta a ponta deve ser de 75x0,25 = 18 Ohms. Como estamos dando curto-circuito em uma ponta e medindo na outra estamos, na verdade, com o dobro do comprimento, portanto a resistência deveria ser de 36 Ohms no máximo, para ficar dentro da norma, ou, aproximadamente, os 40 Ohms de que falamos. Se esta condição não for atingida significa que o cabo deve ser trocado por um de melhor qualidade. Outra opção é fazer a interligação deste trecho mais longo usando fibra ótica ou um link wireless, conforme o que foi explicado neste .
Obviamente, a resistência elétrica do cabo é apenas um dos parâmetros para identificar se o cabo está ou não em bom estado. O tipo de material, a quantidade de curvas e a maneira como as curvas foram feitas, a qualidade da conectorização e muitos outros fatores podem influir na obtenção da verdadeira resistência elétrica, que é denominada “impedância”, que é resultado não só da resistência ôhmica mas também da indutância e capacitância inerentes a todo elemento eletrônico que transporta sinais em corrente alternada. Entretanto, a resistência elétrica é um bom parâmetro para avaliarmos se o cabo está em más condições. Isto porque, se a resistência for acima do previsto, isto será sinal seguro de que o cabo precisa ser substituído.
Publicado em 01/04/2011 às 00:00 hs
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